Cafayate I Argentina
Em terras de vinho...

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Geografia esquisita, depois do deserto, da quebrada, aí a cinco quilómetros, começam os enfileirados de vinhas armadas em arames sem parra nem uva. A vindima já foi e a colheita deste ano estará a envelhecer algures por estas caves. Daqui saem corredores de vinho argentino para supermercados europeus, cantinhos em garrafeiras, garrafas em jantares especiais. Cafayate é um vilarejo de bodegas e queijo de cabra. Casas chiquitas, rincones e restaurantes de cabrito com muito bom ar, vive de provas e degustações, das bicicletas alugadas, dos caminhos de pedras empoeirados que são o ex libris do pitoresco para o turista. Cafayate ainda não é Mendoza, e ainda bem. Aqui está tudo a quatro quadras, a seis quilómetros a pedalar, ainda se pode estar sozinho numa mesa e ter todas as atenções, entendam-se provas reforçadas, queijo e passas, explicações e muito patuá.

Chegámos à hora da última degustação na Bodega Transito, mas ainda fomos a tempo de uma garrafa de vinho e de um jantar picado. E entre queijos e chourizos conhecemos o Clément. Duas horas mais tarde, duas garrafas depois, estávamos a desenhar a rota de degustação do dia seguinte.

Camisola às riscas azuis e brancas, lenço florido ao pescoço, alpargatas e óculos de sol. Vamos de mapa na mão e pasteleiras pelos vinhedos. Entra-se por um corredor de terra batida, de árvores encorpadas, mas que só se podem desenhar a traço fino, o típico cenário de início de filme onde só falta o chapéu de palha. Romântico. Os três graciosamente a pedalar entre vinhas, num dia de céu azul na Argentina. Sorrisos arreganhados a solfejar palavras para o da frente, olhares de esguelha para o de trás, e as rodas a começar a vacilar quando a terra batida deixa de estar batida. Já ninguém fala, nem assobia, nem vai trauteando, bufamos, martelamos os pedais, levantamo-nos para forçar o arranque, já estamos todos vermelhos, e agora o sol não ajuda, a única coisa que se ouve são as respirações ofegantes de quem quer sair do sítio. Enganámo-nos no caminho. Fomos para o que nos disseram que não devíamos ir, o que era tramado para principiantes e bicicletas sem mudanças, são seis quilómetros a subir em terra esfarelada. Aos três quilómetros já fazíamos as subidas de bicicleta na mão, e à primeira bodega deixámo-las de lado. Três bicicletas atadas umas nas outras e no poste que fica dentro dos portões da Piattelli. A primeira degustação precisou de muita água gaseificada e depois sim, um Malbec, um Cavernet Sauvignon, Torrontes e toda a delicadeza e técnica de uma degustação, afinal de contas estávamos com um especialista. As bicicletas ficam para trás, mas nós vamos em caminhos empoeirados, em atalhos de cactos e muitos picos, mais três quilómetros a subir que lá em cima que está a Domingos Molina, uma das melhores de cá, mais água, mais vinho, mais o queijo de cabra e as passas. E continuamos a subir que lá em cima ainda há outra e já se faz tão tarde – aqui as bodegas fecham às seis e temos que chegar a tempo de ir buscar as bicicletas. Mas depois de duas garrafas de vinho e três provas pelo caminho, mais o sol sempre a bater na cabeça, foi à boleia e com bicicletas na mala que voltámos, mesmo a tempo de seguir para jantar. Ora em terra de vinho...