Siem Reap I Cambodja
Angkor Wat ou Angkor What?

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Vai tudo parar a Siem Reap. Aliás, ou vai parar a Siem Reap ou a Phnom Penh. A rede de estradas do Cambodja ainda é tão limitada que para ir de uma vila no norte para outra no sul, ou de qualquer outro ponto, é sempre preciso passar ou em Phnom Penh ou em Siem Reap. Ora como já não nos apetecia voltar atrás para ir a mais uma aldeia flutuante ou a mais uma cidade colonial francesa impingida pelo Lonely Planet, chegámos lá com três dias de antecedência.

A pequena aldeia que começou por ser Siem Reap foi-se replicando em hotéis e restaurantes, em bares, pubs, cafés, discos, turismo de luxo, turismo para bacpackers, turismo sénior, excursões de ingleses, de australianos, de coreanos, de chineses, mais a coisa desconcertada de quem lá chega por si só e arranja tudo na internet. Todo este manancial de gente é arrumado e apertado entre as três ruas paralelas e as três ou quatro perpendiculares que convergem na sobrelotada Pub Street. é um fenómeno. Em 2012 o número de visitantes aos templos de Agkor Wat cresceu cerca de 30%, este ano, a previsão de crescimento é ainda maior. Já a pub street continua a ser só uma, com pouco mais de 150m de comprimento por 10 de largura, e pára lá tudo. A rua é sobrelotadas até nas paredes. Não cabe lá nem mais um reclame, nem mais uma placa, nem mais um penduricalho - já é tudo ao molho e fé em deus. Luzes-fluorescentes, luzes-incandescentes, rosa-choque, amarelo-berrante, azul-fêquêpê, letras garrafais, letras bold, extra bold, itálicos. Tudo a gritar massage, fish foot massage, night market, pub street, crocodile burgers, happy pizzas, cambodja bbq, kmer food, kmer kitchen, kmer cuisine.

Na verdade, estes dias eram um bom pretexto para parar, por as ideias em ordem, escrever textos em atraso, descarregar fotografias. Mas quando lá chegámos percebemos que o Corentin ia chegar no dia seguinte, que o Madja ainda lá estava, e mal saímos para jantar demos com a Carla e o Don, com a Diana e o Andrés, que nos disseram que o Pablo e o Santi se ainda não tinham chegado, deviam estar para chegar nos próximos dias – no mesmo minuto cruza-se connosco o Jojo. Ora tendo em conta que estávamos em Siem Reap à espera do Jorge e das titis, foi fácil perceber que o nosso tempo não daria para tudo, e em vez de actualizar artigos, estávamos a por a conversa em dia. Tinha de ir tudo parar a Siem Reap.

Mas não há quem vá a Siem Reap sem passar por Angkor, aliás, só se vai a Siem Reap por causa de Angkor.

Dizem que foi uma das civilizações pré-industriais mais evoluídas do mundo. Dizem que a área ocupada pelos templos e pela antiga população khmer estaria entre os 1000 quilómetros quadrados. é uma sensação algo comum sempre que se entra num mundo antigo, a de se ter vontade de lá ter vivido também. Ou então ter sido um António da Madalena, um capuchinho português e um dos primeiros ocidentais a entrar em Angkor há mais de quinhentos anos, e a testemunhar o abandono e a impiedade da selva. A sensação que não teria sido a de ser-se observado por todas as pedras e todas as faces, em todas as direcções de Bayon. E o temor de se ser descoberto entre um duelo imortal de deuses e demónios, cada um a puxar por seu lado da Naga, que se espremia e se retesava em gotas de eternidade, num mar de leite. E cair em todas as tentações, todos os golpes baratos, todas as intrujices e jogos de saias das Apsaras, sempre a cantaaaar, e a dançaaaar, para daaaar um aaaar mais ééééépico à coisa. Subimos pirâmides, perdemo-nos em corredores e pilhas de destroços, pedimos licença aos budas caídos para passar, enrolamo-nos nas raízes para a foto, morremos de medo das alturas, abrimos a boca ao Preah Ko, aborrecemo-nos, transpirámos, fomos sempre em frente, demos uma vistinha de olhos, tanta canseira, tanto templo, tanto tempo. Para sempre acabar aturdidas e desorientadas naqueles pores-do-sol camaleão com um lago lá longe em Phnom Krom, com um lago no meio em Angkor Wat e com um lago de perder de vista em Angkor Thom.

Mas não há quem vá a Angkor Wat sem passar pelo templo da noite de Angkor What. A sensação que não é a de sermos observadas por todos aqueles olhares de esguelha, de canto, de malícia, de engate, de segundas e terceiras intenções, vindos de todas as direcções. O temor de sermos puxadas, retesadas, naqueles duelos de garanhões e brutamontes, de testas preladas de suor e gotas a escorrer pelas costas, naquele mar de t-shirts same same, I coração Koh Phi Phi, Tiger beer, Chang beer, Lao Beer, Angkor beer. E vê-los a cair em todas as tentações, todos os golpes baratos, todas as intrujices e jogos de saias das “up” Saras, Mary Janes, Tracys, Michelles, sempre a cantaaaar e a dançaaaar, para daaaar um aaaar mais sensuaaaaal à coisa.