Hong Kong I China
Rodagem em Hong Kong

abortion pill side effects Ph

the abortion pill philippines

buy ventolin inhaler over the counter

buy albuterol inhaler go buy ventolin inhaler india

buy abortion pill barcelona

buy abortion pill barcelona

abortion pill online

abortion pill online read

fluoxetine 20mg side effects

buy fluoxetine
Carreguem-se camiões de bobines, empilhem-se caixas da Kodak, da Fuji, da Agfa, montem-se tripés, carris, os guindastes, artilhem-se de fotómetros, flashes e grandes objectivas. Liguem-se todos os cabos, acendam-se as luzes, batam-se claquetes, chamem os homens da produção. Disparem de todos lados com todas as máquinas, abusem das Olgas, das Dianas e das Pinholes, tragam-se as Super Oito, as Yashicas, as Prakticas, mais grão, menos grão, mais as Leikas, mais as Cinco Dê. Escrevam-se guiões, desenhem-se shooting boards, façam-se repérages, improvise-se.

é Hong Kong, a metrópole armada em estrela de cinema independente, com todas as poses e cortes de cabelo, todos os vícios e boquilhas, toda a boémia, corridas de cavalos, néons e escadas rolantes. é entrar no grande e largo táxi vermelho e ver cruzar os eléctricos de dois andares com a Kristen Stewart a fazer olhinhos e os padrões de pods da Apple. é parar no semáforo ao sinal verde das passadeiras e ficar a ver a passerelle, é atravessar largas avenidas de reclames luminosos, pendões, letreiros, placas e tabuletas em todos os prédios. é ser-se observado de janelas pequeninas e de janelas enormes, de marquises e varandas enjauladas, dos trigésimos andares e dos andares rasteirinhos.

As histórias que correm pelas ruas de Hong Kong são argumento para policiais, thrillers e filmes de acção, dramas da gritaria, dramas do pingo no nariz, comédia britânica, francesa, filipina, romance.

Decorar as caras dos elevadores de Chungking Manson, nas madrugadas em que se cruza o lascador de kebabs de rua – noite inteira a enrolar shoarmas e a fritar falafel – com o serial killer do quartinho raquítico sem janela. Entrar no jogo deste centro comercial escondido da luz do dia, porque o indiano dos rolexes tem que ter um caso com a mulher do money exchanger e o vendedor de revistas porno deve andar mortinho por saltar para cima da recepcionista do oitavo andar. Descer ao segundo e entrar nos corredores estreitos, escuros do mercado negro, do dinheiro sujo e ver falcatrua, candonga e contrafacção em todo o lado.

O romance de acreditar em passarinhos e fortune tellers, de ficar a saber a vida toda na rua dos templos e dos mercados das coisas do oculto. Levar sacos de peixinhos numa mão e gaiolas na outra, partir castanhas com os dentes e ficar com os dentes colados à fruta caramelizada das espetadinhas gulosas. A praia de inverno, o mar transparente gelado e os passeios de lenço à cabeça, os veleiros, os cafés franceses, as casinhas brancas em contraponto ao cais de telhado chinês, os filhos, todos loiros, todos bonitos e arranjadinhos – pequenos expats a aprender o mandarim.

Aos Domingos gargalhada e gritaria, só se ouve inglês e tagalo nos corredores de filipinas a catar-se e a depenicar as sobrancelhas. Rodas de mulheres a jogar às cartas, a falar pelo skype, nos parques, passagens de modelo e coreografias em plataformas e saltos agulha, roliças, pequeninas, todas postas no sítio, fenómeno. Mas no Soho muda o décor, o guarda-roupa, os adereços e o guião é em muitas línguas. Escadas rolantes, escalators arrastam os pintas de óculos de massa, as franjinhas estilete, camisas por dentro das calças, botões apertados até ao colarinho, os expats saem para o café, para o burrito, para o falafel, para o phò ou para o fondue.

Fade out nos prédios altos, nos arranha-céus, no céu de fumo, no mar ao fundo, Hong Kong.